domingo, março 20, 2011

Os armários da escola

                                                     


  

 Entramos no meu quarto e eu, rapidamente, fechei a porta. Olhei para a janela, preocupado que alguém estivesse nos vendo. Não havia ninguém na rua mas meu medo só aumentava. Tirei meu casaco e sentei-me na cama na tentativa de achar alguma solução. Só então contei para o Arthur o que havia acontecido.
     Havia sido uma manhã tranquila, até o final da aula. Eu estava guardando meus livros no armário quando percebi que três armários estavam sem a fechadura. Nada de mais, pensei, não era novidade o fato de que existiam vândalos na escola. Estava quase no corredor quando ouvi a diretora chamar meu nome.
    Alguém havia dito que eu era o responsável pela depredação dos armários. Neguei, disse que nunca faria isso, porém, a diretora parecia ficar cada vez mais vermelha, de tanta raiva. Percebi que argumentar com ela seria inútil. Portanto, não falei mais nada, ela disse que iria falar com os meus pais e que eu teria que pagar pelo conserto dos armários.
   Fui para casa com a sensação de que estava sendo seguido, pois certamente, existia uma pessoa muito maldosa que por algum motivo, queria me prejudicar.
   Agora estávamos no meu quarto, quando o telefone tocou, atendi tremendo, do outro lado, um homem me disse que se eu quisesse descobrir quem estava por trás da história das fechaduras roubadas, deveria ir até a praça em frente à escola em meia-hora. Fomos correndo.
  Ele disse que eu era louco, que isso era perigoso demais, e eu começei a achar que ele estava certo. Afinal, era melhor pagar para a diretora do que nos arriscarmos daquela forma. Por outro lado, o homem do telefonema parecia saber da situação e podia esclarecer as coisas.
  Finalmente, chegamos na praça e, para nossa surpresa, não encontramos ninguém lá, apenas um bilhete em cima de um banco que dizia "Olhe para o lado". "Como assim ?" falamos ao mesmo tempo. Não havia uma única pessoa ali, que tipo de dica era aquela? Foi então que uma suspeita passou pela minha mente: e se fosse o Arthur? Não, não podia ser. Olhei para todos os lados até que percebi, na mesma rua do colégio morava um colega novo, tinha se mudado há um mês, nem sabia seu nome. Olhei para o Arthur e perguntei : "Você não acha que...?". "Acho" foi só o que ele respondeu.

Texto para participar da edição 59 do Bloinquês

2 comentários:

  1. Fugiste do comum, sem fugir do tema. Gostei muito do suspense! Parabéns! E obrigada pela visita, Carol. Beijoaninhas!

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  2. Carol...e agora??? Fiquei curiosa...quem foi que aprontou pra este guri??? Parabéns!!! Adorei.

    Beijão da Ana

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